sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Operação Northwoods


A Operação Northwoods ou Northwoods foi o codinome dado a um conjunto de planos secretos elaborados, em meados de 1960, pelas mais altas patentes militares dos Estados Unidos, e que visava assassinar pessoas inocentes e praticar atos de terrorismo em cidades americanas com o objetivo de enganar a opinião pública americana, conduzindo-a a apoiar uma guerra contra Cuba. Sob o codinome de operação Northwoods, esses planos incluiam o possível assassinato de refugiados cubanos, o afundamento de barcos de refugiados cubanos em alto mar, o sequestro de aviões comerciais, a explosão de um navio americano e até a orquestração de terrorismo violento em cidades norte-americanas.
Esses planos foram detalhados no livro Body of Secrets (Doubleday) [1], escrito pelo repórter investigativo James Bamford sobre a história da maior agência de espionagem americana, a National Security Agency. Entretanto, o autor nota que esses planos não estavam diretamente subordinados àquela agência. Foram elaborados com a aprovação unânime do estado maior das forças armadas norte-americanas, e apresentados ao secretário de defesa Robert McNamara, em março de 1962. Aparentemente foram rejeitados pelos governantes civis, e ficaram desconhecidos por quase 40 anos [2]
A operação Northwoods previa a encenação de uma série de falsos ataques terroristas, alguns dos quais sobre solo americano e envolvendo a morte de civis, que seriam então atribuídos a Fidel Castro. A idéia era conseguir apoio popular para uma invasão a Cuba. Um dos cenários propostos envolveria a simulação do seqüestro e explosão de um avião comercial norte-americano:
"Uma aeronave seria pintada e numerada na base aérea americana de Englin, como uma duplicata exata de uma aeronave civil (…) Em uma hora designada, a duplicata seria substituída pela aeronave civil de verdade e seria carregada com passageiros seletos, todos abrigados sob pseudônimos cuidadosamente preparados. A aeronave registrada de verdade seria convertida em um drone [teleguiado]. (…) A aeronave carregando os passageiros seria baixada a uma altitude mínima e iria diretamente a um campo auxiliar na base aérea de Eglin onde preparativos teriam sido feitos para evacuar os passageiros e retornar a aeronave a seu status original. A aeronave teleguiada enquanto isso continuará a voar com o plano de vôo original. Quando estiver sobre Cuba o avião teleguiado começará a transmitir a freqüência internacional de perigo MAYDAY afirmando estar sob ataque de aeronaves MIGs cubanas. A transmissão será interrompida pela destruição da aeronave que será detonada por um sinal de rádio"
O alto comando militar norte-americano fez planos para desenvolver uma campanha de terror em Miami, em outras regiões da Flórida e até mesmo em Washington, a qual seria atribuída, pela imprensa norte-americana, a "comunistas cubanos". "Essa campanha de terror seria dirigida contra refugiados cubanos asilados nos EUA. Nós afundaríamoss um barco carregado de refugiados cubanos a caminho da Flórida (real ou simulado). Poderíamos promover atentados às vidas de cubanos que vivem nos Estados Unidos, até mesmo a ponto de ferí-los, em ocasiões que serão amplamente divulgadas. Explodir algumas bombas plásticas em locais estratégicos, prender alguns agentes cubanos e divulgar documentos, previamente preparados, para comprovar a participação de Cuba seria útil para divulgar a imagem de um governo cubano irresponsável"