sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Teoria da Terra oca

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Por Terra oca entende-se um conjunto de teorias desenvolvidas ao longo da história que propõem ser a Terra uma estrutura oca.

As primeiras formulações científicas sobre o tema datam do século XVII, pelo astrônomo britânico Edmond Halley, que propunha um planeta formado por camadas concêntricas e espaçadas entre si. Nos séculos seguintes, a tese serviu de base para o enredo de diversas obras esotéricas e literárias. Entre as teorias filiadas a essa linha de pensamento, uma das mais conhecidas é a que propõe à Terra um interior habitado por animais superiores, como mamíferos, aves e répteis, com entradas para esse lado interno localizadas nos pólos terrestres.

Antiguidade


Nas antigas crenças, mundos ocultos sob a superfície da Terra sempre tiveram destaque. Budistas da Ásia central acreditavam num Reino de Agartha, um labirinto subterrâneo que abrigava populações de continentes extintos. Ali, seu líder sagrado, o "Rei do Mundo", comandava esse centro de progresso intectual, de razão desenvolvida e conhecia todas as forças da Terra, lia todas as almas, conhecia todos os destinos.

Na antiga Assíria-Babilônia, o legendário Gilgamesh teria conversado com um amigo morto sobre um mundo interior. Os antigos gregos também especularam sobre as profundezas da Terra. Aí tivemos o mito de Orfeu e Eurídice, dos mortos no reino de Hades, das crenças de Homero sobre um mundo subterrâneo, do Deus que se assentava sobre o "umbigo do mundo" em túneis interiores concebidos por Platão. Egípcios acreditavam num infernal reino subterrâneo, algo como a tradicional crença cristã.

Halley e Euler


Com a ciência substituindo as lendas, no século XVII, já havia especulações com base científica sobre um mundo interior ao nosso planeta. O astrônmo Edmond Halley, visando explicar certos fenômenos estranhos no Campo magnético terrestre, considerou que a Terra tivesse uma casca externa e um núcleo interno separado, cada um com seu próprio campo magnético. Estudos ulteriores de Halley levaram-no a apresentar à Real Sociedade de Londres, em 1692, seu estudo final que propunha a existência de três planetas concêntricos interiores à crosta terrestre, corpos do tamanho de Vênus, Marte e Mercúrio.

Adaptando essa teoria às crenças religiosas, Halley imagionou a existência de seres vivos nesses planetas interiores, sendo que a luz para esses seres provinha da atmosfera interior que era luminosa, sendo que a Aurora Boreal era consequência do escoamento dessa luminosidade pela fina camada polar. Essas teorias não foram refutadas no século XVIII, mas modificadas, como, por exemplo, por Leonhard Euler que considerou que no interior da Terra havia um único Sol que provia iluminação e aquecimento a uma extremamente desenvolvida civilização que vivia no interior da crosta terrestre. Ao final do século XVII, o matemático escocês Sir John Leslie concluiu que, em verdade, eram dois os sóis interiores, cujos nomes eram Plutão e Proserpina.

Symmes


John Clives Symmes, militar americano nascido em Nova Jersey, apresentou em 1818 sua teoria sobre o planeta Terra, dizendo que o mesmo era oco e habitável por dentro, possuindo internamente diversas esferas sólidas concêntricas. Havia aberturas na crosta externa da terra, de 12º a 16º em ambos os polos. Symmes detalhou isso em publicações subsequentes, mostrou atestados de sanidade mental e de seu caráter assinados por autoridades diversas. Convocou 100 homens para partir da Sibéria no outono, com rena e trenós, e chegar até o 1º ao norte do Paralelo 82 N e, aí, entrar no interior do planeta, local quente, fértil, como muitos e normes animais e vegetais. Essa expedição não ocorreu.

Symmes foi sempre ridicularizados em suas ideias. Apresentou diversas argumentações científicas e até religiosas para defender sua teoria. Segundo ele, a nossa Terra conhecida apresentava duas aberturas circulares de diâmetro 6.500 km no Polo norte e de 10 mil km no Polo sul. Essas aberturas se inclinam suavemente para o interior da terra e a crosta tem uma espessura de 1.600 km. O cientista conquistou alguns fiéis apoiadores, como Jeremiah N. Reynolds (editor de jornal de Ohio), um rico cidadão de Ohio, James McBride e um Senador de Kentucky, Richard M. Johnson, que propôs apoio do governo para uma expedição de Symmes ao Polo.

Symmes escreveu um livro, Symzonia: Viagem de Descoberta sob pseudônimo de Adam Seaborn, onde narrava as glórias que sonhava alcançar. O Congresso autorizou a viagem de Symmes em 1828, por campanha intensa de Jeremiah Reynolds. O presidente John Quincy Adams apoiou a expedição, mas essa não interessou ao sucessor Andrew Jackson, presidente a partir de 1929, ano em que Symmes faleceu. Reynolds sucedeu Symmes nessa busca, participou em expedição aos Mares do sul, a qual talvez houvesse inspirado a obra Moby Dick de Herman Melville. Continuou a insistir na expedição visada por Symmes, a qual somente veio a ocorrer 10 anos depois da morte do visionário Symmes, sob o comando de Charles Wilkes. Reynolds não teve permissão para participar e nos 4 anos dessa viagem nada foi confirmado quanto às ideias de Symmes.

Koresh


Cyrus Read Teed (1839 - 1908), médico herborista norte-americano e combatente da Guerra Civil Americana, elaborou uma completa e surpreendente teoria sobre o interior da Terra. Em seu livro intitulado A Cosmogonia Celelar, ou a Terra: uma Esfera Côncava, numa revelação científica e religiosa, Teed, sob o pseudônimo Koresh (Hebraico para Cyrus), defendeu a ideia de que a humanidade vive, não na superfície externa da esfera "Terra, mas em seu interior, na superfície interna dessa esfera..

Fora da esfera há um vazio. No centro da esfera fica o Sol que gira e, sendo metade luz, metade escuridão, dá impressão de anoitecer e de amanhecer. A lua é um reflexo na superfície oposta interna da própria Terra e as Estrelas e Planetas são luzes refletidas em painéis metálicos sobre a superfície côncava da esfera. O grande espaço interno contém uma densa atmosfera que impede a visão das terras no outro lado da face interna terrestre.

Essa estranha concepção de uma inversão geométrica era difícil de ser matematicamente refutada, tendo Teed ("Koresh") oferecido 10 mil US$ a quem pudesse fazê-lo. Ninguém na época ousou refutar tal teoria, a qual, conforme Koresh, significava conhecer Deus e sua obra. O visionário Teed criou uma Igreja, o Koreshanismo, estabeleu em Chicago a chamada Escola Mundial da Vida e passou a publicar a revista The Flaming Sword que existiu até 1949. Discípulos lhe davam donativos e ele comprou em 1894 um terreno de 120 hectares em Fort Myers, Flórida onde fundou a comunidade Unidade Koreshana.

Essa comunidade pretendia abrigar 10 milhões de adeptos, mas não mais que 250 fervorosos seguidores ali se estabeleceram. Teed Koresh morreu em 1908 e os seguidores ficaram de vigília junto a seu corpo aguardando a prometida ressurreição. Após 4 dias de espera infrutífera, as autoridades de saúde locais determinaram o sepultamento. Seu corpo foi depositado num enorme Mausoléu com guardiães a protege-lo 24 horas por dia até que fosse destruído por um furacão em 1921. A sede da comunidade foi transformada no Sítio Histórico do Estado Koreshano em 1961, onde discípulos de Koresh trabalharam como guias turísticos até a morte do derradeiro deles em 1982.

Reed e Gardner


No século XX, com muitos exploradores vasculhando toda a superfície do planeta, era improvável a sobrevivência de ideias sobre um mundo interior à Terra. Mesmo assim, dois novos defensores da teoria apareceram, William Reed e Marshall Gardner, apresentando forte argumentação. Sua motivação foi uma série de descobertas de anomalidades relatadas por exploradores dos polos. Conforme Fridtjof Nansen, político e explorador norueguês, o ar e a água se tornavam mais quentes nas proximidades do Polo Norte, o que parecia ser causado por ventos quentes vindos do extremo norte do planeta. Outros viajantes relatavam presença de neve multicor nas proximidades do polo boreal, outros falavam de correntes quentes e acerca da presença de vida silvestre abundante e animais (aves, mamíferos e muitos mosquitos) bem alimentados nas regiões mais setentrionais da terra.

Em 1846 foi descoberto um Mamute-lanoso, animal há muito extinto, congelado na Sibéria. A criatura apresentava no estômago sinais de uma última refeição, pinhas a abetos. Cientistas deduziram na época que houvesse ocorrido um congelamento súbito em épocas remotas. Para outros, o Mamute vivia recentemente em terras quentes e amenas nas proximidades do polo norte. Em 1913, Gardner publicou o livro Uma Viagem ao Interior da Terra, ou Foram os Polos Realmente descobertos e apresentou uma explicação para a estória do animal supostamente extinto: os Mamutes viveriam e se deslocariam no interior do planeta e por vezes aflorariam à superfície nas proximidades do polo, ficando congelados. Por sua vez, Reed escreveu a obra O Fantasma do Polos e explicou que a neve colorida de verde, vermelho, amarelo seria causada por pólen de vegetais e a cor preta se deveria a cinzas de vulcões, causas oriundas de um mundo interior à Terra. O aquecimento das águas era explicado por Reed e Gardner como causado por aberturas que ligavam as superfícies interna e externa da terra, como nas ideias de Symmes.

Reed defendia a hipótese de que a crosta terrestre tinha espessura de 1.300 km e que a gravidade atraía para os pontos médios da espessura, não para o centro da esfera terrestre. Desse modo viajantes navegariam sobre a borda das aberturas polares sem perceber que entravam e saíam do interior do planeta. Dizia ainda que quase todos os exploradores dos polos já haviam passado pelas bordas e entrado na superfície interna da terra. A luz da área interior viria no nosso Sol externo e entraria pelas aberturas polares. A Aurora Boreal seria originada pelo reflexo de vulcões e incêndios no mundo interior. Reed ansiava conhecer o interior do planeta com seus vastos continentes, montanhas, rios, rica vida vegetal e animal, oceanos. Tudo isso poderia ser habitado e explorado economicamente pela população exterior, caso já não fosse já habitado.

Para Gardner, o interior do planeta seria iluminado por um Sol central com cerca de mil quilômetros de diâmetro, oriundo da nebulosa que havia originado a Terra. Declarava ainda que o mesmo ocorria com Marte e que os reflexos dessa luminosidade interior da Terra geravam a Aurora Boreal e a Austral. Gardner acreditava também que os Esquimós deveriam ser originários do mundo interno ao planeta. Defendia a exploração econômica, com a mineração de ouro, platina e diamantes, dessa área.

Ambos, Reed e Gardner, foram ridicularizados sistematicamente por leigos e pela a comunidade científica, que comparava suas suposições com as ideias do tipo "a Terra é plana". Os dois defensores da Terra Oca citavam algumas autoridades que os apoiavam, como um certo Prof. Schimidt de Stuttgart e o Prof. Sjogren de Estocolmo e, nem mesmo as viagens e descobertas dos exploradores dos polos e de áreas desconhecidas da terra, como Robert Peary, Roald Amundsen, James Cook e Robert Falcon Scott, os convenceram. Diziam que um dia suas hipóteses seriam confirmadas.

Olaf Jansen


Um navegador norueguês que vivia em Glendale, Califórnia, de nome Olaf Jansen, aos 95 anos de idade contou ao escritor Willis George Emerson uma incrível estória supostamente real que lhe ocorrera na juventude. Emerson escreveu um livro, "O Deus Brumoso", contando essa experiência de Jansen.

Jansen era adolescente em 1829, quando ele e o pai navegavam numa chalupa rumo às ilhas da Terra de Francisco José, bem ao norte do Círculo Ártico. Colhidos numa tempestade, foram ambos lançados, através de muita bruma, num local calmo, sem nuvens e provido de um sol nevoento. Haviam adentrado num mundo interior cujos nativos adoravam aquele estranho sol alaranjado e flamejante, chamado de Deus Brumoso. Os habitantes eram uma raça de benévolos gigantes de 3,5 metros de altura.

Olaf e o pai estiveram numa cidade portuária ornamentada com ouro, cercada por vinhedos e numa floresta de gigantescas árvores. Viram e comeram uvas do tamanho de laranjas e num trem velocíssimo foram à cidade de Eden onde, num palácio de ouro cravejado de pedras preciosas, encontraram o Sumo-Sacerdote. Viveram ali durante dois anos e meio e depois, sendo-lhes permitido voltar, partiram num barco, levando pepitas de ouro, voltando ao mundo exterior por uma abertura no Polo Sul. O pai de Jensen morreu quando no Oceano Antártico um Iceberg atingiu a embarcação, mas Olaf foi salvo por um baleeiro escocês.

Jensen citava argumentos de Reed e Gardner, como irregularidades magnéticas, pólen nos ventos dos polos, restos de mamutes na Sibéria, para corroborar a veracidade de sua história. Acreditava também que um grupo de exploradores suecos desaparecidos no Ártico em 1897 vivessem no mundo "Atlântico interior" aos cuidados dos gigantes bondosos.

Literatura


Na segunda metade do século XIX e no início do XX surgiram obras literárias inspiradas na crença de um mundo interior ao nosso planeta, tais como:.

  • Com provável inspiração nas lutas de 'Reynolds em defesa das idéias de Symmes, Edgar Allan Poe, conhecido por sua obra de literatura fantástica, escreveu o conto "Manuscrito encontrado numa garrafa e o romance "A Aventura de Arthur Gordon Pym de Nantucket, nos quais há relatos de navios tragados por um abismo próximo ao polo sul.
  • Julio Verne, autor de famosas obras de fantasia futurística, escreveu Viagem ao Centro da Terra, narrativa de uma viagem feita por um professor alemão de mineralogia e seu sobrinho por sob a Europa. A entrada num fantático mundo subterrâneo foi por um vulcão extinto da Islândia e a volta ao nosso mundo exterior foi pela erupção de um outro vulcão, esse na ilha de Stromboli, norte da Sicília.
  • O autor de "Os Últimos dias de Pompéia", Edward Bulwer-Lytton escreveu nos anos 1870 o livro A Raça Invasora, descrevendo uma viagem a um mundo interior, subterrâneo, onde vivia uma raça de super-homens, os Vryl-ia. Tratava-se de uma sociedade perfeita, organizada ao extremo, pacífica, sem vícios, sem crimes, onde todos viviam mais de 100 anos, todos eram iguais e livres, com saúde perfeita, dotados de muitos máquinas para executar as mais diversas tarefas.
  • Willis George Emerson, escritor americano, publicou em 1908 o livro O Deus brumoso, ou uma Viagem ao Mundo Interior escrito com base numa narrativa fantasiosa do navegador norueguês Olaf Jansen, já citado acima.
  • A mais conhecida e impressionante personagem do mundo fantástico e aterrorizante do autor americano H. P. Lovecraft, Cthulhu, emerge de uma abertura no Oceano Pacífico, despertando de seu sono num mundo subterrâneo.

Nazismo


Com a era dos Ditadores, a partir dos anos 30, e a consequente Segunda Grande Guerra, houve um crescimento do obscurantismo. Isso, aliado à interrupção nas explorações aéreas das regiões polares, fez resnascer crenças sobre a Terra Oca. O Nazismo de Adolf Hitler adotou com simpatia as ideias de Koresh, que se haviam tornado populares com as especulações do conhecido piloto alemão da Primeira Grande Guerra, Peter Bender. Além disso, foi criada a Sociedade Vril, Loja Lumonisa que defendia o livro de Lord Lytton, A Raça Invasora, como sendo uma estória verdadeira.

A organização Antissemita Sociedade Thule da Baviera, de Alfred Rosenberg e Rudolf Hess, dizia representar os sobreviventes da Atlântida que viviam ocultos no Himalaia, os chefes secretos do Tibete, comandados pelo Rei do Medo. Adolf Hitler possivelmente acreditava ter tido contacto com um representante da Super-Raça da Terra interior, como dissera a Hermann Rauschning, governador de Dantzig. O Fürher teria mandado expedições nazistas ao Tibete e à Mongólia para buscar contatos com o Mundo subterrâneo. Unidades especiais haveriam vasculhado minas e cavernas na Europa buscando passagens para tal mundo interior, onde, segundo lendas proeminentes nazistas se refugiaram depois que a Alemanha Nazista ruiu.

Palmer e Shaver


As viagens aéreas de Richard Byrd sobre os polos norte e sul e suas extensas explorações na Antártica pareciam ter enterrado em definitivo as especulações sobre entradas para um mundo interior. Porém, logo surgiram insistentes contestações quando às verdadeiras descobertas de Byrd. Em 1959, o escritor americano F. Amadeo Giannini, em seu livro Mundo além dos polos, afirmava que Byrd em verdade entrara na "Terra interior", 2.700 km sob o Polo norte em 1947 e 3.700 km sob o Polo sul em 1956. Essa idéia de que nem tudo fora revelado sobre as viagens de Byrd ganhou muitos adeptos, ansiosos por novidades, por estórias fantásticas.

Nos anos 40, Ray Palmer, editor de revistas sensacionalistas como Amazing Stories, e o escritor imaginativo Raymond Bernard insistiam em afirmar que Byrd fora forçado a manter secretas essas reais viagens intra-terrestres. Em sua revista, Palmer publicou uma série de artigos de Richard Sharpe Saver, um soldador da Pensilvânia, que teria contactado uma raça de criaturas que viviam no interior da Terra, os Deros, os quais utilizavam raios invisíveis para influir em todos os acontecimentos do planeta. Essas publicações chamas de O Mistério Shaver provocaram uma grande onda de cartas de leitores que diziam ter encontrado Deros, o que levou Palmer a afirmar que, se os relatos de Shaver fossem ilusões, muitas outras pessoas sofriam as mesmas alucinações.

Mesmo provas mais conclusivas quanto à inexistência de uma terra interna, como a navegação do submarino norte-americano USS Skate (SSN-578) sob a calota polar do Norte, sob comando de James F. Calvert, quando a embarcação emergiu exatamento no Polo Norte, não convenceram Palmer. Em 1970, o então editor desde 1957 da revista Flying Saucers', publicou uma fotografia da Terra feita a partir de um satélite onde se via uma mancha negra circular na área do Polo Norte, que Palmer identificou como a entrada para o "mundo interior".

Porém, os defensores dessas idéias fantásticas resistem a qualquer descoberta científica que venha a invalidar suas teorias, uma vez que o que realmente existe nas profundezas da Terra ainda é fruto de especulações e suposições científicas com base apenas em verificações indiretas, estando sempre sujeito a novas pesquisas e descobertas.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Fadas

Herman Flegenheimer Jr.

"Quando um bebê ri pela primeira vez, sua risada se quebra em um milhão de pedaços e todos eles saem pulando por ai. É assim que nascem as fadas."
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J.M Barrie, Peter Pan


Quando queremos dizer que alguém é ingênuo, dizemos que esta pessoa acredita em Fadas. Quando contamos histórias de fantasia para crianças chamamos de "Contos de Fada". Elas estão presentes nas histórias da Cinderela e do Peter Pan entre outras e seu fascínio não diminuiu com o passar dos séculos figurando ainda em obras ,contemporâneas como Harry Poter, na qual aparecem como humanóides diminutos de natureza mágica. Mas a idéia central por trás da figura folclórica das fadas é muito mais profunda e intrigante do que as maravilhas das histórias infantis e a frieza que nosso ceticismo cotidiano deixa transparecer. O que é uma fada? De onde surgiram suas lendas? O que há por trás dos relatos destas fascinantes criaturas? Estas e outras dúvidas foram o alvo da pesquisa que apresentaremos agora no presente artigo.

Mesmo que não constituam prova de sua existência as pessoas vêem ou pensam que vêem coisas estranhas como fantasmas, lobisomens, discos-voadores e, é claro, fadas. O primeiro testemunho escrito sobre este seres é de Pompônio Mela, um geógrafo euro-asiático que viveu durante o século I d.c. Desde então muitas são as lendas que descrevem estas criaturas ou contam suas façanhas. Estes relatos são sempre esporádicos e isolados na vida de uma pessoa, mas persistentes e constantes na história da humanidade. As fadas não existem portanto apenas nas histórias, mas antes disso existem também naquilo que as pessoas chamam de experiências. Mas falta de precisão científica atribuída aos relatos populares, além do preconceito que julga que qualquer relato popular é baseado sempre em ignorância e crendices tolas, tornam-se uma desculpa para a má-vontade acadêmica de pesquisar estes assuntos. assim, em vez de estudar o que estas experiências realmente trazem de verdade, descarta-se previamente todo o testemunho e assim livra-se do problema. Este é um erro histórico da Ciência, foi essa rejeição da livre observação que retardou em séculos a descoberta "científica" do calamar gigante, do celacanto, da paralisia no sono, dos meteoros e pasmem até dos gorilas, só para citar alguns exemplos.

Isso não significa que devemos acreditar em todo relato que ouvimos sobre qualquer coisa, isso seria tão precipitado como descartar tudo. Ao contrário, nossa postura deve ser de exploração. Não é um absurdo completo considerarmos que as algumas pessoas e sociedades tradicionais acreditem em fadas, no mínimo porque parcialmente alguma coisa que eles não sabemos explicar foi vista. Como escreveu o criptozoólogo irlandês Douglas Hyde: "O conto folclórico não deve ser confundido com a crença no folclore. a história é coisa muito mais intrincada complicada e elaborada do que a crença. É muito fácil distinguir um do outro. A crença é curta e oral, relacionada a pessoas reais e não contêm uma extensa seqüência de incidentes; já o conto folclórico é comprido, complicado mais ou menos convencional e, acima de tudo, tem o interesse agrupado em torno de uma figura tradicional em particular. O que Hyde chama de crenças podemos chamar de aparições.

Existem basicamente três formas de lidar com essa questão. Para alguns folcloristas, como Stewart Sanderson e Katharine Briggs, ambos notadamente cristãos, as "aparições" são descartadas e passadas adiante sem qualquer reflexão. Para os parapsicólogos em geral o assunto têm despertado interesse zero. Por fim para autores como Evans-Wentz (Autor de The Fairy-Faith in Celtic Countries) e o poeta W.B Yeats (o mesmo que escreveu extensamente sobre as tradições e aparições dos duendes irlandeses em The Celtic Twilight) e para a historiadora ocultista Leslie Shepard, os avistamentos de fadas pela história são indícios fortes da existência de um mundo paralelo, localizado numa espécie de dimensão alternativa.

Fadas: definições e descrições

A própria definição do que é um fada é tão fugidia quanto as suas aparições. O folclorista Joseph Ritson, na sua dissertação On Faries, define fadas como uma espécie de seres parcialmente materiais, parcialmente espirituais, com o poder de mudarem a sua aparência e de, conforme a sua vontade, serem visíveis ou invisíveis para os seres humanos. Já Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero em O Livros dos Seres Imaginários dá a seguinte descrição: "Seu nome se vincula ao vocábulo latino fatum (fado, destino). Intervêm magicamente no que sucede aos homens. Já foi dito que as fadas são as mais numerosas, as mais belas e as mais memoráveis das divindades menores. Não estão limitadas a uma única região ou a uma única época. Os antigos gregos, os esquimós e os pele-vermelhas narram histórias de heróis que alcançaram o amor dessas fantásticas criaturas. Tais aventuras são perigosas; a fada, uma vez satisfeita sua paixão, pode matar seus amantes. Na Irlanda e na Escócia atribuem-lhes moradas subterrâneas, onde confinam crianças e os homens que costumam seqüestrar. O povo crê que elas possuíam as pontas de flechas neolíticas que desenterraram nos campos e as quais dotam de infalíveis virtudes medicinais. As fadas gostam da cor verde, do canto e da música."

Apesar de nos dias de hoje, principalmente por causa da mídia de filmes e desenhos infantis, as fadas serem retratadas como pequenas mulheres com asas, originalmente e até hoj em locais onde a crença nesses seres é forte, elas eram descritas de formas muito diferente, inclusive conflitantes: para alguns era seres altos, com mais de 3 metros de altura, canibais e violentos, para outros eram criatura deformadas e ignorantes, ainda existem aqueles que as descrevem como seres quase angelicais. Isso mostra que provavelmente Fada era um adjetivo usado para se descrever grande parte dos seres culturais que existiam em certas localidades, mesmo que se tratassem de criaturas muito diferentes entre si. Da mesma que eram descritas como seres pequenos, existem inúmeros relatos que lhes conferem a estatura de uma pessoa normal. Isso pode indicar também que sua estatura está associada a sua natureza sutil, o resultado de sua vontade e não de sua limitação física.

Suas asas se tornaram populares na era vitoriana, nos séculos XV e XVI, quando as fadas passarma a ser pintadas, mas elas são raramente mencionadas nas compilações folclóricas, onde mesmo quando voam o fazem através de mágica e não asas, ou então surgem voando nas costas de insetos ou pássaros.

Além de descrições antropomórficas, existem relatos de fadas descritas com a aparência de um animal, às vezes a fada tem a capacidade de assumir a forma de um animal, outras ela não muda de forma e o animal, como cachorros negros, por exemplo, mantém sua forma constantemente, mas se difere de um simples cão por ser uma fada.

Em alguns casos surgem como seres que apesar de confundir não podem dizer uma mentira, outras vezes como seres malignos e mentirosos por natureza.

A breve abordagem acadêmica


Um dos primeiros estudos importantes sobre as fadas é "A República Secreta dos Elfos, das Fadas e dos Faunos", escrito em 1691 pelo pastor presbiteriano escocês, reverendo Robert Kirk de Aberboyle. Trabalhando nas Highlands da Escócia, ele tinha interesse vívido pelas crenças sobrenaturais da região e estava convencido da realidade das fadas. Ele mesmo pergunta no início do seu tratado: "Como seria possível a uma crença tão disseminada, mesmo que tenha apenas um décimo de verdade em suas histórias, brotar do nada?. Ele realizou suas investigações tendo em vista que quando tivesse informações sucifientes, poderia esmiuçar ao máximo a natureza da vida destas criaturas. Segundo ele as fadas são de uma "natureza intermediária entre os homens e os anjos, como eram os daemons descritos pelos antigos". Esta definição não é muito diferente da dada pela teosofia. Dora Gelger em seu livro O mundo real das fadas e que as descreve como uma sorte de elemental.

Rev. Kirk detalha a aparência das fadas em seu tratado diz que elas possuem corpos de espíritos fluídos, capazes de mudar a cor da luz que emanam, mais ou menos da mesma natureza de uma nuvem condensada e que podem ser mais facilmente observadas durante o crepúsculo do anoitecer. Seu corpo é de uma matéria tão sutil que elas parecem poder aparecer e desaparecer ao seu bel prazer. Elas guardam costumes e idioma como o do povo do país em que vivem. Certas fadas possuem uma natureza tal que podem ser vistas em trânsito, mas nunca estacionárias. Outras nunca ficam paradas estando sempre em algum tipo de movimento. Outras ainda podiam ser ouvidas mas não vistas. Viajam muito, amiúde pelos ares, podiam roubar o que quisessem (desde alimentos até bebês humanos) e não tinham religião particular. Os mortais dotados de clarividência tinham maior probabilidade de vê-las, já que eram geralmente invisiveis ao olho humano. Diz a lenda que o Rev Kirk foi arrebatado para o mundo das fadas pouco depois de publicar seu tratado, as fadas o teriam levado embora por ter revelado seus mistérios. Em 1815, Sir Walter Stooth Scott ( Não confundir com o famoso literato de mesmo nome) fez publicar esse manuscrito, e surpreendentemente também sumiu do dia para noite.

O assunto só ganhou interesse acadêmico um século depois quando o já citado W. Y Evans-Wentz publicou em 1911 seu livro "A Crença nos duendes nos Países Celtas". Evans era antropólogo especializado em religião e doutorado pela Universidade de Oxford. Ele percorreu as ilhas britânicas e a Bretanha na costa oeste da França e publicou o resultado de suas viagens em um espesso livro que permanece um clássico dos estudos de criptozoologia. Além de documentar o que restava da tradição oral da crença Wentz concluiu que "Podemos postular cientificamente que, diante dos dados da pesquisa a existência dessas inteligências sutis. Se são deuses, gênios, demônios, ou como alega o próprio povo que o descreve fadas legítimas este é um trabalho inconcluso que o futuro nos reserva."

Como vimos, a influência das fadas em escolas iniciáticas ou em grupos ocultistas se desenvolveu criando-se uma cultura igualmente rica à folclórica, mas focada para um aspecto menos cotidiano: a busca pela sabedoria. Inlfuencidos pelo cristianismo esotérico muitos esotéricos, como a própria Gelder, dividem os seres invisíveis da criação em grupos, os seres superiores seriam os anjos ou devas, que além dos próprios afazeres teriam também a supervisão dos seres "inferiores" em sua lista de tarefas. Então, tomados pela mesma sanha de catalogar e dividir, esses esoteriastas separam os seres invisíveis e os associam com os diferentes quatro elementos da cultura mística ocidental. De acordo com essa divisão as fadas seriam elementais do ar.

Embora com o tempo tenham sido comparadas com anjos, ou colocadas sob sua guarda e sejam vistas em sua maioria como seres benignos que gostam de ajudar as pessoas, uma compilação folclórica sobre costumes em relação a fadas mostram que grande parte do que se sabe a respeito de fadas são maneiras de se proteger se sua magia e sua malícia. Além disso uma crença comum era a de que fadas eram conhecidas por roubar recém nascidos, muitas vezes substituíndo-os por crianças fadas ou outro tipo de criaturas que se assemelhavam ao bebê, mas com o tempo iam revelando sua origem não humana.

No Brasil as fadas também não são desconhecidas, existem várias histórias, algumas até paralelos de contos europeus como o da Cinderela, batizada de Bicho de Palha, onde para fugir dos maus tratos de uma madrasta que se casou com seu pai, um rico comerciante, e possuía uma filha com a sua idade, uma jovem foge de casa e busca viver a vida em outro lugar. Ao passar perto de um rio encontra uma senhora de cara bondosa que a instrui a criar um manto de palha que lhe deixasse à mostra apenas os olhos e buscasse emprego em um castelo, lhe deixando de presente uma vara de condão. Bicho de Palha consegue o emprego e fica no castelo até que o belo príncipe decide se casar e prepara uma festa que durará três dias para escolher a futura esposa. Como todas as mulheres do castelo estão ocupadas se preparando para a festa todo o trabalho sobra para Bicho de Palha, de quem ninguém conhece a identidade. Eventualmente ela apela para a vara de condão e faz suas roupas de palha virarem um belo vestido e ganha seus sapatos de cristal. O resto da história todos conhecem, mas o curioso é que no final da história a velha senhora volta a encontrar ela para pegar de volta sua varinha e Bicho de Palha descobre que ela uma fada. Com o tempo e com a evangelização do pais, a figura da fada foi substituída pela de Nossa Senhora, mas o elemento da magia e da vara de condão permanecem presentes.

As Fadas de Cottingley

Muito do ceticismo atual em torno das fadas se deve a um episódio ocorrido em meados de 1917, o famoso caso conhecido como "As Fadas de Cottingley". Nele, duas adolescentes inglesas Elsie Wright e Frances Griffiths ganharam fama ao alegar que conseguiram fotografias autênticas de fadas e duendes que habitavam o jardim da casa onde viviam. O caso ganhou atenção internacional, em especial do público espiritualista e foram publicadas no Strand Magazine em 1920. Confira algumas delas abaixo:

fadas 1 Fada 2

fada 3 Fada 4


As duas primas de Cottingley ganharam um insuspeito advogado quando Sir Arthur Conan Doyle, criador do famoso personagem Sherlock Holmes chegou a escrever um livro The Coming of the Fairies ("A Vinda das Fadas") para defender a veracidade das mesmas. De fato nenhum especialista até hoje conseguiu qualquer evidência de montagem fotográfica ou manipulação de imagens. Entrevistadas pela BBC muitos anos depois, em 1970 as duas senhoras continuaram defendendo sua história, mas Elsie declarou que "se você pensar seriamente em alguma coisa ela se tornará sólida, real. Acredito que as fadas eram invenção da nossa imaginação" e muitas pessoas viram nisso uma velada confissão de fraude. As suspeitas se confirmaram em 1982 quando numa entrevista a Joe Cooper as primas admitiram que haviam forjado as fotos. Sem nenhum talento para manipulação fotográfica, elas apenas posaram ao lado de recortes de papel.

Presente de Fadas

Independente de sua aparência ou motivação, as fadas são conhecidas por seus presentes. Geralmente após presentear uma pessoa, elas esperam um outro presente em troca, caso não recebam elas infernizam a vida e a calma da pessoa que teve a sorte de receber o que elas tinham para dar. Alguns consideram seus presentes um sinal de boa sorte, outros afirmam que nada que venha de uma fada é coisa boa, e deve ser evitado a qualquer custo e assim desenvolveram uma série de costumes para se afastar fadas, como o uso de amuletos, preces e o Ferro-Frio, que para uma fada é pior do que veneno.

Por outro lado, uma tradição que mostra como presentes de fadas são bem-vindos é a crença na fada-do-dente, disseminada para as crianças, onde os dentes de leite que caem são deixados deaixo do travesseiro para que a fada-dos-dentes o substitua por um doce, uma moeda ou um presente.

Acreditar em Fadas

Se o objetivo das fadas é esconder-se dos humanos nenhum golpe poderia ser mais certeiro. Desde então nenhum crédito científico ou acadêmico foi dado para qualquer relato envolvendo estes seres fantásticos. Se as fadas existirem de fato, estão hoje mais protegidas do que nunca. Porém, para sermos imparciais devemos admitir que mesmo aquelas pessoas que desejam dar um salto de fé e confirmar a existência delas se deparam com um problema que não é trivial: as tradições sobre as fadas quando consideradas em seu conjunto são complexas e variadas demais para constituírem um todo coerente. Quando lemos a vasta quantidade de relatos pensamos muito mais em divagações da imaginação do que em um misterioso mundo invisível no qual elas habitariam. De fato, a palavra fairyplain (o mundo das fadas) procede de uma palavra mais antiga fai-erie, que significava mais um estado de encantamento do que um lugar sobrenatural. No clássico Peter Pan, lemos ludicamente que cada vez que alguém diz "Não acredito em Fadas", uma fada cai morta no chão em algum lugar. A título de hipótese talvez as fadas sejam dependentes de nossa imaginação, como sugere esta citação. Não por serem meras crenças, pois os relatos durante toda história nos proibe de achar isso, mas por serem centelhas de inteligências automonas que vivem em nossa imaginação. Vivem em nossa mente tal como as bacterias e microorganismos vivem em nossos corpos físicos e se revelam apenas quando nos tornamos receptivos a elas.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Telepatia: métricas e experimentos

A capacidade de se comunicar instantaneamente, independente das distâncias é um antigo sonho humano que nos impulsionou a criação de meios de comunicação poderosos como o rádio, o telefone e a internet. Todos estes meios, entretanto dependem de meios externos e estão de uma forma ou de outra atrelados aos nossos sentidos naturais. A vontade de transcender estas limitações fez com que por toda a história se falasse de uma capacidade aparentemente de transmitir diretamente os pensamentos de uma mente para outra. Embora ainda cause espanto em muitos, como este artigo mostrará a telepatia nada tem de miraculosa e pode ser medida e exercitada com exatidão matemática.

Esta capacidade é conhecida desde o século XIX pelo nome de Telepatia quando Frederick W.H Myrer cunhou o termo em 1882. A palavra tem origem grega e une o prefixo "tele", que significa "distância" com o sufixo "patheia" que significa "sentir". Um termo que portanto define qualquer comunicação entre duas mentes sem a utilização dos canais sensoriais conhecidos.

Em muitas famílias existem casos de telepatia rotineiros. Ao vivermos muito tempo com a mesma pessoa é comum que uma consiga descobrir o que a outra esta pensando ou querendo, mesmo sem qualquer tipo de indicação. Isso pode ser testemunhado quando pensamos em alguém e logo em seguida o telefone toca com a outra pessoa do outra lado da linha ou quando cantarolamos uma música que sem sabermos estava tocando na cabeça de outra pessoa próxima a nós. Interessante notar que estes casos são mais comuns quanto maior a afinidade entre as pessoas. Os céticos defendem que tais fenômenos ocorrem porque as pessoas com a convivência se tornam mais parecidas sendo levadas a pensar e se comportar de modo semelhante. Entretanto os exemplos não se restringem apenas aos casos domésticos, mas também ganharam interesse de pesquisas acadêmicas e militares.

A abordagem científica a telepatia

Ao contrário do que o grande público pensa, telepatia é hoje um fato demonstrável e comprovado graças ao avanço da parapsicologia, em especial das pesquisas pioneiras publicadas por Joseph Banks Rhine na primeira metade do século XX. Por outro lado os mecanismos pelos quais ela funciona ainda são motivo de muito debate e controvérsia entre os pesquisadores. Alguns especialistas dizem que esse é um fenômeno puramente psíquico, enquanto outros sustentam que é físico. Os mais céticos negam ainda essas hipótese, alegando que tudo que podemos dizer com certeza é que dois centros nervosos são capazes de manter uma comunicação simples e temporária que superam estatisticamente os resultados que poderiam ser obtidos por pura sorte. Por outro lado existem os especialistas que avançam em suas especulações e defendem a tese de que , no misterioso processo de transferência de pensamento, a segunda pessoa não é diretamente influenciada pela primeira, funcionando somente como receptora das mensagens de uma mente superior na qual todas as outras mentes estariam relacionadas.

O professor de psicologia da Universidade de Duke, Estados Unidos, Karl Zener criou na década de 1930 um sistema simples e preciso que possibilita avaliar a capacidade de transmissão ou leitura de pensamento de cada pessoa. Esse método utiliza um baralho especialmente concebido para este propósito, composto por 25 cartas divididas em 5 grupos cada um representado por um desenho de fácil identificação - estrela, cruz, circulo quadrado e linhas paralelas ondulantes. A experiência propõe que o receptor adivinhe a seqüência das cartas visualizadas pelo transmissor. Como existem 5 grupos de 5 cartas. O acaso estatístico permite uma única resposta certa sobre 5 cartas ou 5 para 25 em um baralho completo. Se o receptor consegue adivinhar mais de 5 vezes em cada teste com o baralho Zener, isso permite supor a existência de uma certa receptividade ä transmissão do pensamento. Se isso acontece dez vezes por teste, pode-se supor a ocorrência de um feliz acaso, mas se a média de êxitos for constante sobre muitas dezenas de transmissões então o fator sorte está matematicamente descartada.

A partir de 1935 o Laboratório de Parapsicologia dentro da Universidade de Duke, realizou mais de 100 mil experimentos e descobriu que a média de acertos é 7 cartas sobre 25 - lembrando que a média do acaso seria de 5 cartas sobre 25. Uma vez que as pessoas selecionadas para a pesquisa não precisavam preencher quaisquer critérios essa ponderação engloba tanto os resultados conseguidos pelas pessoas dotadas como pelas de baixo poder psíquico, tornando-se uma espécie de média humana de capacidade telepática.

A pesquisa chamou atenção das inteligências militares que estavam a véspera da Segunda Guerra Mundial. Tanto os aliados como o eixo realizaram testes, principalmente com transmissores localizados em terra firme e receptores a bordo de submarinos submersos. Na União Soviética em experiências realizadas entre Moscou e Vladivostok (uma distância aproximada de 6.300 km) os índices de acertos aproximaram-se dos 95%. Desses experimentos participaram apenas pessoas dotadas de comprovada percepção extra-sensorial, após um longo processo de triagem e vários meses de treinamento diário.

Outro exemplo retirado da literatura especializada conta que enquanto trabalhava em seu jardim em Cleveland, Fred Trusty teve subitamente uma estranha sensação de urgência. Abandonou as ferramentas e voltou seus olhos sem pensar para um pequeno lago situado no fundo de sua propriedade. Tudo parecia calmo. Quando ia voltar ao trabalho sentiu de novo o apelo misterioso e desta vez viu um boné flutuando sobre a água, nem no centro do lago. Sem hesitar ele correu e mergulhou. No fundo da água viu o corpo de uma criança. Era seu filho: ele o retirou de lá a tempo de reanimá-lo.

A capacidade de receber e transmitir pensamentos parece se intensificar em momentos de crise. Durante a guerra que se seguiu são incontáveis os casos na literatura especializada que contam de pais afastados de seus filhos que subitamente os contataram no final da vida. Até mesmo Sigmund Freud, conhecido por seu ceticismo, cita o caso de uma refugiada tcheca nos Estados Unidos que foi acometida por uma terrível angustia e desespero pois sabia que sua mãe, que ficará na Tchecoslováquia acabara de morrer. Marido e amigos tentaram em vão confortá-la e dois dias depois chegou um telegrama avisando sobre o falecimento de sua mãe. Considerando a diferença de sete horas entre Praga e Nova York, Freud constatou que o momento de sua angustia coincidiu exatamente com o instante do falecimento.

Como testar e desenvolver sua habilidade telepatica

Imprima cinco cópias da imagem abaixo e recorte: você precisará ter 25 cartas no total. Se você puder enxergar os símbolos pelo verso do papel cole outra camada de papel junto da primeira.

Cartas Zenner

Embaralhe as cartas com os símbolos para baixo e entregue para uma pessoa que será seu transmissor.Para controle tenha uma folha com três colunas e 25 linhas. As colunas devem ser classificadas como: RECEPÇÃO - TRANSMISSÃO - RESULTADO. Na primeira coluna coloque a carta que vier a sua mente. Na segunda coloque a carta que seu transmissor visualizou após ela ser reveladas. Na última coluna marque um x para cada acerto que tiver. Qualquer pontuação superior a 5 pontos equivale a 20% que são as chances de acertar por mero acaso. Marcações superiores a cinco pontos indicam a presença de algum poder de recepção.

É essencial a participação de uma segunda pessoa neste teste pois ela visualizará cada uma das cartas que você tentará descobrir qual é. Na ausência de um transmissor você estará medindo apenas sua capacidade de premonição (conhecimento futuro) e não sua capacidade telepática. Seja medindo seu grau telepático ou premonitório diversos fatores emocionais e ambientais podem influenciar nos resultados, assim é indicado a realização de vários testes antes de chegar a uma média que realista. Não apenas isso, mas a média costuma aumentar com o número de testes, indicando que as habilidades psíquicas podem ser exercitadas assim como a mente e os músculos.

Pelas pesquisas realizadas podemos afirmar que todas as pessoas possuem forças telepáticas latentes em diversas graduações e que estes poderes podem ser treinados e desenvolvidos. Por outro lado, as pesquisas indicam que a telepatia não é um processo apenas intelectual. Muito pelo contrário uma racionalização excessiva pode inclusive prejudicar as transmissões que podem ser reforçadas e amplificadas pelas emoções envolvidas quase da mesma forma que fazemos com as ondas de rádio. Ao que parece, tudo depende de existir dentro de nós alguma coisa que corresponda ao pensamento a ser transmitido e que lhe sirva de impulso.

Visão Remota

A Clarividência ou Visão Remota é uma forma paranormal de percepção caracterizada pela recepção de imagens mentais na mente consciente de uma pessoa. Difere-se da telepatia por ser um fenômeno isolado e espontâneo. Podemos dizer que enquanto a telepatia tenta estabelecer um diálogo e simular mentalmente a fala e a audição, a clarividência se assemelha mais ao sentido da visão por ser mais contemplativo, motivo pelo qual é conhecido por algumas escolas de ocultismo como "visão espiritual" ou "segunda visão".

Tipos de Clarividência

Para fins de estudo classificamos a Clarividência em três sub-fenômenos distintos. Uma visão que traga informações do presente é a chamada Clarividência Clássica. Uma visão com informações do passado recebe o nome de Retrocognição. Por fim, uma visão com informações do futuro é chamada de Precognição. veremos a seguir um exemplo de cada tipo:

Precognição - Clarividência do Futuro

Existem centenas de casos catalogaos, mas neste artigo destacaremos aquele que talvez seja o mais famoso de todos. Como todos sabem o famoso navio Titanic naufragou na madrugada de 14 para 15 de abril de 1912. Desde o dia 23 de março do mesmo ano, Mr. J. O'Connor e família já tinham suas reservas. O que poucas pessoas sabem é que existem provas documentadas do diário de Mr. O`Connor atestando que sonhou que "via o navio com a quilha no ar e a bagagem e os passageiros flutuando nas águas ao redor". O`Connor não queria assustar seus filhos e manteve para si este relato. O sonho se repetiu algumas noites depois. Não podendo mais ignorar este relato de sua mente disse então a todos que iria cancelar suas reservas. Este é um dos casos melhores documentados da história pois foi acompanhado pela Society for Psychical Research de Londres, solicitação feita pelo próprio vidente antes que a tragédia histórica se confirmasse.

Retrocognição - Clarividência do Passado

Outro caso bastante famoso aconteceu com o músico alemão Léon Bach, descendente do célebre compositor Johann Sabastian Bach. Ele acabara de adquirir uma antiga espineta, um tipo de instrumento musical semelhante ao cravo. O artefato lhe havia sido vendido por um comerciante que não soube precisar a origem do instrumento. Na primeira noite em que Léon Bach levou o instrumento para sua casa ele teve um sonho revelador: viu um jovem vestido como um fidalgo do século 16, que lhe contou que o rei Henrique III da França o presenteava com o instrumento e tocou nele uma música que o agradou muito. Nesse ponto o sonho se interrompeu. Pela manhã, Bach descobriu que o vendedor havia lhe deixado um presente - era um manuscrito da canção, com letra e música que ele ouvira no sonho com caracteres e anotações daquela época. Uma pesquisa feita posteriormente confirmaram que um músico italiano de nome Baldasarini ou Balthazarini era amigo próximo do rei Henrique III que viveu entre 1551-1589 e desfrutado de seus favores durante muito tempo.

Clarividência clássica - Informações do Presente

Massímo Inardi em seu livro "A História da Parasicologia", conta um caso de clarividência a distância bastante ilustrativo que contem todos os elementos normalmente presentes nas manifestações pisíquicas desta natureza. A história aconteceu em Boston, Estados Unidos. Diz ele que havia um redator cujo nome era Edmund Sampson. Desde há muitos anos ele desempenhava as funções de redator chefe da crônica noturna do Boston Globe. Na noite de 10 de agosto de 1883, meio bêbado, apresentou-se na hora habitual do seu posto de trabalho. Em vez de começar a trabalhar, mal caio na cadeira naquela noite e caiu num pesado sono ao ponto de seus colegas acharem melhor não incomodá-lo. As três da manhã o homem acordo de sobressalto sob o efeito de um pesadelo. Tinha tido um sonho tão horrível que acordou gritando aterrorizado, Pálido, suado em estado lastimável demorou alguns minutos para se recuperar. Depois disse que visto imagens de um vulcão em violenta erupção numa ilha perdida nos mares do sul, que em seu sonho ouvir chamar de Pralape. Assitiu as cenas de pânico da pequena população que fugiu como louca em direção ao mar, seguida de uma imensa fumaça e enormes rios de lava incandescente. Ele calculou que o número de pessoas que viu morrer se aproximava das 36 mil. Sampson ficou tão convencido do que vira, tamanho o realismo e detalhamento do que experimentou que escreveu um artigo que acabou sendo publicado na edição do dia seguinte da Boston Globe. O relato se espalhou pelo mundo e milhares de pessoas leram a notícia. Só que nenhuma fonte oficial confirmou o fato e o jornal foi acusado de ter praticado um truque para aumentar as vendas pois nem sequer havia no mapa do mundo qualquer menção ao uma ilha chamada Pralape. Como era de se esperar Sampson foi despedido, mas 24 horas depois chegou a notícia do cataclismo. Relatos oficiais foram se completando, confirmando a descrição de Sampson. A única diferença estava no nome, pois o vulcão que entrara em atividade era o Perbuatan, na Indonésia que presenciou a famosa catástrofe da ilha de Krakatoa. Só mais tarde soube-se que a ilha dois séculos antes era conhecida pelos nativos pelo nome de Pralape, tal como no sonho do redator,

Magia e Clarividência

Estes são apenas três casos entre muitos outros de um vasto acervo na literatura parapsicológica. São de fato tão comuns que alguns estudiosos começaram a pesquisar se eles poderiam ser induzidos. Será que eles só ocorrem espontaneamente em pessoas que nasceram com este dom em particular, ou será que podem ser induzidas por meio de alguma técnica especial como parece ser o caso na prática do xamanismo no qual os praticantes alegam não apenas enxergar o que está ocorrendo a distância mas também transmitir visões específicas para outras pessoas.

William Jon Watkins autor do livro "Manual de Experimentos Parapsíquicos" é um dos que dizem que a clarividência pode ser criada artificialmente seguindo alguns padrões que ele identificou após estudar centenas de casos semelhantes e os comparar com as técnicas tradicionais de xamãs e feiticeiros. Em seu livro ele afirma ainda que não existe diferenças práticas entre uma clarividência intencional e o que é tradicionalmente conhecido como magia.

Ele propõe o que diz ser uma técnica com a qual pessoa pode mandar uma imagem mental para outra. Para ele quase todos os rituais praticados por ocultistas são na verdade uma forma de enviar uma sugestão mental para uma outra pessoa e então deixar que as imagens transmitidas operem em sua mente. Imagens de saúde e alegria podem resultar em uma significativa melhora da saúde. Imagem eróticas podem se desenvolver em comportamento erótico enquanto que cenas de ódio e terror possuem um efeito maléfico destrutivo na vida do alvo.

O entendimento da magia como sendo uma técnica de clarividência induzida pode explicar também a chamada "Lei do Retorno" que entre ocultistas ensina que uma operação mágica sempre retorna de alguma forma ao mago. Afinal, para enviar imagens de destruição e dor ele mesmo deve preencher sua própria mente com dor e destruição. E estas imagens tem por sua vez suas próprias consequências na mente do emissor. O sucesso de uma operação mágica depende sempre portanto da sugestionabilidade do receptor. Isso pode ser facilmente medido dando ordens simples mas sem muita explicação para as pessoas. Diga para alguém dar um sorriso bem largo. Se a pessoa fizer rapidamente, sem perguntar porque ela é um bom alvo. Nesta concepção o mago perfeito é aquele que possui uma Vontade poderosa, e portanto pouco influenciadas por sugestões de qualquer tipo.

Anatomia da Visão Remota

Visto isso, temos que as condições para a produção de uma clarividência induzida são as seguintes:

1 - O Emissor precisar ter a firme Vontade de enviar a mensagem.

2 - A mensagem deve ser simples, clara e forte.

3 - O emissor deve visualizar o receptor dormindo e ter firme convicção de que a mensagem chegará em seu destino.

Uma informação relevante apresentada aqui é que a sugestão produz um efeito melhor quando o receptor esta dormindo e ainda maior quando dorme um sonho pesado. Quando dormimos necessariamente desligamos uma série de censuras e controles de comportamento que mantemos em funcionamento durante o dia e nos entregamos as diversas imagens produzidas pelos sonhos. Este estado vulnerável é altamente indicado para a recepção mental. Isso explica porque tantos trabalhos de magia seja de maldições ou de cura são praticados a noite quando o receptor ou o paciente está dormindo.

Watkins afirma que essas condições fazem parte dos rituais e cerimônias de caráter mágicos praticadas a milênios em diversas culturas. Se não forem obedecidas prejudicarão o resultado da operação. Ele explica ainda que a principal diferença entre as diversas escolas de magia reside no método usado para excitar a mente do mago ou sacerdote. São freqüentes o derramamento de sangue ou o uso de alguma espécie de psicotrópico ou ato sexual. Também são vários os casos em que a mente se inflama em orações ou alguma meditação profunda. Seja como for, todas elas empregam-se rituais que utilizam um certo número de símbolos associados ao propósito que se tem em vista.

Algumas tradições ocultas afirmam que um sacrifício de sangue é necessário nestes casos, seja do próprio mago ou de algum sacrifício. Isso porque supostamente o sangue contém vibrações que atraem entidades que facilitam a projeção mental. Alguns povos crêem em seres espirituais ou da natureza, enquanto que durante a idade média confiava-se nos poderes de anjos e demônios para tais fins. Entretanto Watkins pensa que esta é apenas uma crença psicológica para se eximir da responsabilidade pelo ato do assassinato e lançá-la sobre terceiros não-humanos que, se é que existem, não podem se defender destas acusações. Em contraste a estas tradições existem muitas outras práticas mágicas igualmente antigas que conseguem o mesmo resultado sem o apelo a violência e a morte de seres humanos ou animais.

Como enviar uma imagem mental

Tendo-se a certeza de preencher os requisitos passados acima, podemos descrever agora uma técnica não-religiosa para projeção de uma imagem mental, ou se preferir para induzir a clarividência e enviar uma sugestão mental a mente de outra pessoa. Conforme foi dito, a mensagem deve ser simples, clara e forte. Coloque-a em um papel para lhe dar uma forma concreta e tente reluzi-la ao mínimo de palavras necessárias para resumir a essência da sua mensagem. Também é necessária que a mensagem seja emocionalmente relevante ou ao menos emocionalmente carregada na hora de ser transmitida.

Como vimos cima, muitos casos de clarividência ocorre quando a pessoa está em estado de sono profundo. Assim, descubra qual o horário que a pessoa se retira para dormir e então execute o restante da operação cerca de 4 horas depois. Isso garante que o alvo esteja na fase mais pesada do seu sono onde sua mente estará mais receptiva as sugestões enviadas.

Em um ambiente tranqüilo visualize a pessoa o mais fortemente que puder. Faz parte das tradições ocultas um rigoroso exercício da própria imaginação de modo a poder criar-se imagens fortes e realistas com a própria mente. Se você não tem nenhum treinamento, os resultados podem não ser tão evidentes. Neste caso pode ser útil olhar para uma foto da pessoa ao mesmo tempo em que tenta evocar em sua mente seus atributos, voz, cheiro e comportamento. O objetivo é observar mentalmente a sua forma com todas as características que puder como se estivesse de fato junto dela.

Quando a imagem estiver bastante nítida, repita a mensagem previamente definida sem perder da mente o receptor da mensagem. A mensagem deve ser passada de forma o mais emocional possível. Regozijo, Raiva, Medo/Suplica e Lascívia provaram ser as emoções mais eficientes para isso, mas devem sempre estar de acordo com a mensagem que será enviada. Além disso a mensagem deve ser passada não como mera frase, mas sim como fortes cenas construídas pela imaginação do emissor. Um beijo, um tapa ou um abraço são sempre mais significativos do que apenas palavras e devem enriquecê-las na hora em que forem enviadas.

Repita a mensagem três vezes sentindo os mesmos sentimentos que ela deve evocar na outra pessoa. Feito isso respire fundo pelo nariz e mantenha o ar nos pulmões por alguns segundos e então expirando lentamente também pelo nariz recuperando a tranqüilidade. Diga para si mesmo com calma convicção que a mensagem foi enviada com sucesso para a pessoa. Mencione o nome da pessoa se possível.

Por fim tenha confiança na operação foi concluída com sucesso e ocupe-se com alguma outra atividade como a leitura, alimentação ou então retire-se para dormir. No dia seguinte fique atento para a reação do receptor. Os melhores resultados são aqueles que o receptor espontaneamente oferece em ser indagado ou questionado.

Dicas finais para a prática da Clarividência

Para tornar as coisas mais simples e fáceis as primeiras experiências com clarividência induzida podem ser feitas com alguém a quem se tem bastante afinidade e a mensagem deveria ser tão simples quanto "Entre em contato comigo", adquirindo sucesso nesta operação simples pode-se então seguir para execuções mais elaboradas e complexas até a maestria. A experiência deve ser feita nos dois sentidos de modo que se você for o emissor deve combinar posteriormente com o receptor para trocarem de papeis, desta maneira poderá mensurar suas qualidades individuais. Não é demais enfatizar que uma imaginação forte e uma vontade poderosa são dois ingredientes cruciais e qualquer exercício feito para fortalecê-las aumentará suas chances de sucesso.