terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Criatura Estranha.

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“Moradores de uma cidade no Canadá estão intrigados após o corpo de uma criatura estranha ter sido encontrado em um lago. O animal com o corpo pelado e sem pelos na cabeça foi achado por duas enfermeiras em Kitchenuhmaykoosib durante uma caminhada”.
Do G1: Criatura estranha achada em lago intriga cidade no Canadá

A notícia e as fotos foram divulgadas originalmente no sítio oficial da cidade, com o detalhe que falta na maior parte das reproduções da nota: “o rabo da criatura é como o de uma ratazana e ela tem em torno de 30 centímetros de comprimento”. Com estas informações e uma simples olhada nas bizarras imagens, não há motivo para mistério.

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Mesmo o “Morning Starr” cita a identificação mais prosaica e simples à “criatura estranha”. Antes de ser um chupacabras ou um novo Monstro de Montauk, seria “apenas uma lontra morta em que parte dos pêlos caiu”.

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Uma lontra morta.

O próprio Monstro de Montauk, sensação na rede em 2008, consistia simplesmente a carcaça de um guaxinim. Mais recentemente, o Monstro do Panamá também mostrou ser apenas a carcaça de um bicho-preguiça.

Em todos estes casos, a decomposição em meio à água causa certo inchaço, descoloração e a perda da pelagem, dando um aspecto um tanto diferente aos animais.

ATUALIZAÇÃO 22/05/2010: Seria em verdade um mink, um vison? Através da amiga Maria Guimarães, ouvimos a opinião do doutor James L. Patton, curador e professor emérito do Museu de Zoologia de Vertebrados da Universidade da Califórnia.

“[A] criatura misteriosa parece mais um mink do que uma lontra para mim (dedos mais longos, não palmeados). Estava claramente morto na água por um período prolongado, daí a face e cabeça sem pêlos e a aparência um tanto inchada”, escreveu Patton.

“Se qualquer pessoa tivesse se importado em olhar os dentes, a identificação teria sido fácil, mas…”, ele lamenta, enfatizando que esta identificação provável foi feita apenas através das fotos publicadas na rede, sem a evidência necessária para uma conclusão mais certa.

Assim, parece uma lontra, mas era provavelmente um mink. Seja como for, nenhum monstro, ambas criaturas, lontras e minks, são muito parecidas e nada assustadoras, nisto todos podemos concordar. [com agradecimentos a Maria Guimarães e James Patton!]

Atualização 29/05/2010: O italiano Giorgio Castiglioni envia comentários adicionais:

“O dente mais visível na mandíbula superior parece um canino, e sua posição também é muito anterior para que seja um incisivo. Desta forma, podemos descartar o muskrat como foi sugerido (por exemplo, pelo criptozoologista Loren Coleman) em uma solução possível (roedores não possuem dentes caninos). Observando os dentes e a forma do corpo e patas, parece claramente um mustelídeo. Desta forma, sua primeira hipótese de uma lontra era um bom chute, mas também é minha opinião de que seja um Mink Americano (Neovison vison)”.

Castiglioni ainda atenta:

“Sem querer ser chato, mas a lontra na foto usada em seu blog é uma lontra européia (Lutra lutra) encontrada na Europa e Ásia, mas não no Canadá. A lontra do Canadá pertence a outra espécie e gênero, Lontra canadensis”.

Para compensar nosso erro, abaixo uma imagem de um mink americano:

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Descobrimento

Em 1944 Waldemar Julsrud, comerciante de ferragens de origem alemã, descendo a cavalo o mais baixo declive da montanha de El Toro, deparou-se com uma parte de um objeto cerâmico enterrado parcialmente na terra. Julsrud de forma alguma era um desconhecido de artefatos de civilizações antigas: possuía uma das maiores e mais valiosas e extensas colecções de cerâmica Chupicuaro em existência, com várias centenas de peças. Tinha, também, noções de arqueologia e imediatamente percebeu que essas peças eram diferentes de tudo que já havia visto.

Ele fez um arranjo com um de seus empregados, Odilon Tinajero, para escavar na área, a fim de encontrar mais peças. Julsrud concordou em pagar Tinajero um peso para cada estatueta que estivesse completa, ou pudesse ser facilmente reparada.

As estátuas escavadas variavam de 2 cm a 1,8 metro de comprimento. Alguma destas mostravam estranhas criaturas em associação ativa com humanos – geralmente os devorando (mordendo). Aproximadamente 10% destas criaturas se assemelhavam a dinossauros e foram encontradas em grupos de 20 a 30 peças.

Waldemar Julsrud lotou completamente sua mansão de doze cômodos com a coleção de mais de 33 500 peças. Havia ídolos, instrumentos musicais como flautas, curiosas máscaras, ferramentas e utensílios que indicavam conexões culturais com egípcios e sumerianos, assim como estatuetas esculpidas em barro em diversas cores e humanos de diferentes povos: asiáticos, africanos, caucasianos barbados, esquimós, mongóis, como também de criaturas monstruosas, misturas curiosas de humanos com animais, e muitas outras até hoje inexplicáveis criações.

Argumentos pela autenticidade

Posteriormente aspectos considerados erroneamente representados nas esculturas, como por exemplo os serrilhados das costas, mostraram-se corretos com a descoberta recentes de impressões fósseis da pele dos dinossauros, fato desconhecido na época das descobertas. Relatos de observadores da escavação indicam que havia crescimento de raízes antigas por entre as peças.

Evidências de fraude e realidades

As circunstâncias da “escavação” das figuras são motivo de suspeita. Julsrud afirma que pagou a camponeses por cada figura que lhe entregaram, pelo que é plausível, pode ser que estes fabricaram as estatuetas e as fizessem passar por relíquias autênticas.

Segundo Charles C. DiPeso, a superfície de algumas figuras evidenciava que eram de factura recente. Não mostravam as características habituais de elementos que teriam permanecido enterrados durante milhares de anos. Se realmente fossem relíquias autênticas estariam arranhadas e desgastadas como o restante dos artefatos encontrados nessa área do México.

Também é estranho o grande número de figuras recuperadas em tão bom estado e inclusive as que parecem gastas têm fraturas limpas, que se deduz serem recentes.

As Figuras de Acámbaro

















As figuras de Acámbaro são uma coleção de mais de 32 mil peças encontradas em Acámbaro, no estado de Guanajuato, México, por Waldemar Julsrud. Essas estatuetas parecem representar dinossauros, animais extintos e pessoas de culturas dovelho continente. Determinações não oficiais de carbono 14 estimam sua idade em 6000 anos.

Dado que lembram dinossauros, as figuras são algumas vezes citadas como anacronismos. Alguns criacionistas afirmam a existência de tais figuras como uma evidência para a coexistência de humanos e dinossauros, em uma tentativa de colocar em dúvida os métodos científicos de datação e potencialmente oferecer apoio a uma interpretação literal da Bíblia.

Entretanto, não há evidência confiável para a validade das figuras de Acambaro como artefatos verdadeiramente antigos ; eles são aceitos por meios não acadêmicos de arqueologia e paleontologia (incluindo-se aí pseudoarqueologia), e os motivos de muitos que os apoiam são questionáveis.